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Apesar de não ter ganhado o Grammy de melhor álbum do ano por seu mais último lançamento, Melodrama, e de também não ter se apresentado na premiação, Lorde não deixou de arrasar de sua própria maneira na noite passada.
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Ela decidiu evitar o tapete vermelho, mas publicou em seu Instagram uma foto da parte de trás de seu vestido, que continha uma notinha costurada delicadamente entre o tule vermelho da Valentino — e que dá pistas da postura da cantora sobre tudo o que tem acontecido ultimamente, dentro e fora do mundo da música.
O pequeno trecho faz parte da série “Inflammatory Essays”, da artista e feminista Jenny Holzer, que começou a usar o formato de textos para questionar a cultura pop enquanto fazia também comentários políticos. São 15 pequenos parágrafos, produzidos entre 1979 e 1982, que foram espalhados pelas paredes e muros dos bairros mais populosos de Nova York.
Levando em conta o estilo da cantora e sua relação com a cidade — que a recebeu de braços abertos para oferecer inspiração para seu novo álbum, mas que ela também conta que estava de certa forma “musicalmente deserta” — a escolha da pequena rebelião faz todo o sentido.
Lorde usou uma versão mais curta dos escritos de “Rejoice” na parte de trás de seu vestido: “Rejoice! Our Times are intolerable. Take courage, for the worst is a harbinger of the best. Only dire circumstance can precipitate the overthrow of oppressors. The old and corrupt must be laid to waste before the just can triumph. Contradiction will be heightened. The reckoning will be hastened by the staging of seed disturbances. The apocalypse will blossom.”
(Em tradução livre: “Regozijai-vos! Nosso tempo é intolerável. Tenha coragem, pois o pior é um presságio de algo melhor. Apenas uma circunstância terrível pode precipitar a queda dos opressores. O antigo e o corrupto devem ser destruídos antes que o justo possa triunfar. A contradição será cada vez maior. O apocalipse florescerá”).
Jenny foi inspirada por palavras de Emma Goldman, Mao Tse-Tung e Vladimir Lenin para compor os escritos — ou seja, alguns deles causam bastante desconforto ao serem lidos. Ela mascarou a identidade dos autores na obra final com o intuito de causar uma reflexão. Alguém mais se identificou com esse momento?